Mais Retratos Pictóricos e técnicas


Pois é, “o narciso não se escandaliza por trás do espelho...”


'Espelho teu' - Lápis Grafite, 1988
Charles Carvalho

A seguir, descrição histórica dos materiais utilizados para as devidas técnicas com variações entre retratos pictóricos, desenhos e outras expressões:

Lápis Grafite

O grupo Monthy Phyton em “A vida de Brian” (1978), com seu ácido humor político, fez uma inesquecível e irreverente referência à origem do termo grafitti, do plural Italiano de graffito, que significa “marca ou inscrição feita no muro”, cunhada no império Romano antigo (veja aqui  e se “graffiti” de rir, hehe!). Atualmente o termo original italiano, mudou da mera pichação de protestos nos muros de Pompéia, para a leitura artística da street art, ou arte urbana, rebatizada nos EUA dos anos 1970.

O termo 'graffito', além de sua adaptação para o usufruto da arte contemporânea, serve basicamente a diversas outras formas de uso (principalmente industriais). 

Originalmente é o nome de um mineral alótropo (variação) do carbono, encontrado em minas da Europa, nos idos de 1400, chamado também de chumbo negro e plumbagina. Já o seu uso original foi como lápis e deu-se na Alemanha de 1664, donde teria surgido o termo. Até hoje, referindo-se ao mesmo método de mistura da grafite natural com argila prensada a quente na madeira, em proporções distintas. O que lhes conferes as diferentes gradações numéricas encontradas.

Na nossa atividade artística do desenho, preferimos os lápis HB, 2B, 4B, 6B ou 8B das marcas Koh-i-noor e Faber Castel ou similar, uma borracha plástica (macia), esfuminho, limpa-tipos e verniz acrílico fosco (fixador); sobre papel canson liso ou áspero de variadas gramaturas, conforme o projeto. Mais sobre estes materiais, aqui e aqui...

Alguns exemplos de desenhos meus com grafite:

     
                      “Voltaire” - Lápis Grafite HB, 1989                                          "Marina noturna" Lápis Grafite 6B 2006
                              Charles Carvalho                                                                                Charles Carvalho

Tinta acrílica


Constituída de material sintético e à base de água, a tinta acrílica tem amplo tons de matizes cromáticas, o que atraiu os artistas modernos a partir de seu surgimento nos anos 40, seguindo também, das vantagens no uso decorativo e arquitetônico, quanto à atoxidade e sua característica lavável - tornar-se plástica após a secagem em apenas 30 minutos, sem rachar com o envelhecimento. Comparada à tradicional tinta a óleo, tem a vantagem do baixo odor e do uso de texturas espessas ou finas - como a aquarela e ou, espatulado.

No entanto, a tinta acrílica requer alguns cuidados, por consideradas desvantagens em relação à outros pigmentos como a tinta a óleo: costuma escurecer em tom diferente do inicial, devido à oxidação, manchando mais e causando estranheza ao pintor neófito. Por isso, em trabalhos mais realistas, requer maior habilidade na aplicação de texturas. Por outro lado, adéqua-se melhor a trabalhos impressionistas, expressionistas, abstratos e conceituais. O uso misto com outro pigmento, deve-se priorizá-la como primeira aplicação - antes da tinta a óleo, por exemplo. Fontes:  aqui e aqui  ...

Alguns exemplos de pinturas em telas minhas com tinta acrílica:

Retratos  - Acrílico sobre papel, 2006 e acrílico s/tela, 2008
Charles Carvalho
Tinta a óleo

Embora a Europa tenha popularizado esta técnica, recentes descobertas indicam que pinturas a óleo já existiam no século VII na região do Afeganistão. Confeccionado de modo artesanal à época, tal manufaturado oleoso e brilhante teve no óleo de linhaça, aguarrás e terebintina, seus diluentes tradicionais.

Pode ser aplicada sobre tecidos, madeira ou outros materiais porosos lisos e ásperos, com o uso de pincéis e espátulas de variados tipos e funções para diversas texturas. Por ser de demorada secagem, em estado puro – uns 3 a 7 dias ao toque (a depender da umidade do ambiente) com 10 a 30 dias em média na secagem total, é a técnica mais apropriada para iniciantes, pelo facilidade no domínio das texturas.

A tinta a óleo é macia, com brilho intenso, o que atrai artista de diversos estágios de técnicas e carreiras. Mas, sua toxidade associada aos diluentes, afastam os mais alérgicos. Atualmente, sua paleta cromática abrange mais de 114 tons básicos, além do uso criativo dos tons primários (azul, vermelho e amarelo), que a técnica da “cor-complementar” propicia a alguns artesãos. Mais aqui e aqui ...

Exemplo de pintura em telas à óleo que fiz:
Retrato pictórico óleo sobre tela 2011
Charles Carvalho
Carvão

As supostas desvantagens do carvão – dado à imprecisão e pouca aderência – relegou-o formalmente ao uso primitivista e por vezes, ao simples esboço de telas no passado. As adaptações técnicas e de materiais para ampliar suas vantagens - como papéis especiais e os vernizes acrílicos - associado ao seu poder de rápida expressão e variação textual, são notórias e muitos usados hoje em dia.

Para uso, com bastões de carvão, ou em lápis finos – macios ou duros – com auxílio de: esfuminho, limpa-tipos, flanela e papel de apoio para as mãos, para que seu dorso transpirante não manche a obra. Bons trabalhados são realizados com o uso do papel apropriado (canson ou vergê com gramatura alta), acabados com uma demão de verniz acrílico fosco.  Mais aqui e aqui ...

Exemplo de um retrato pictórico com carvão/Cryon que fiz: 

"Retrato"  Carvão (cryaon) sobre Cansom, 2003
Charles Carvalho
Pastel

O pastel é uma “massa” – da união do pó de pigmentos e goma ou resina, que lhe confere ótima luminosidade e ampla variação cromática - para pintura a seco sobre papel, similar ao carvão na expressão e materiais, usando os dedos, 'esfuminho', flanela e papel de apoio.

Da Vinci e outros artistas no passado, o popularizaram como expressão fácil e elegante. Porém requer habilidade artística para usá-lo, visto ter pigmentação aderente as superfícies comuns (não removível).

A pouca durabilidade do “pastel seco” em papel, foi suplantada pela criação do “pastel a óleo” nos anos 60, podendo ser diluído e usado com pincel nalgumas texturas. A base de trabalho são papéis especiais do tipo Ingres e o comum Mi teintes de Canson ou, veludo e seda. Existe o bastão ou lápis de pastel mais duro, com mais aglutinante que pigmento, sendo de pouco brilho; e o bastão com mais pigmento, dando mais brilho porém, mais frágil ou macio. 

Exemplo de uma reprodução de pintura antiga medieval, feito por mim com pastel a óleo: 

  "Reprodução" Pastel a óleo 2007
 Charles Carvalho

Até um próxima!  

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